A ORGANIZAÇÃO DA ESPERMATOGÊNESE
Esta diferenciação envolve três classes de células germinativas: as espermatogônias, os espermatócitos e as espermátides. Nos adultos a espermatogênese é um processo contínuo que pode ser dividido em três fases distintas: a mitótica, a meiótica e a espermiogênese, cada uma caracterizada por mudanças morfológicas e bioquímicas dos componentes do citoplasma e núcleo celular (COUROT; HOCHEREAU-DEREVIERS; ORTAVANT, 1970).
A fase meiótica envolve síntese de DNA nos espermatócitos em préleptóteno, síntese de RNA em espermatócitos em paquíteno e no final da meiose, quando vai ocorrer a divisão reducional, estes últimos geram as espermátides haplóides (PARVINEN et al., 1991).
Na terceira fase da espermatogênese, as espermátides se diferenciam através de uma série de modificações morfológicas progressivas em espermatozóides, processo usualmente conhecido como espermiogênese. Estas modificações incluem desenvolvimento do acrossoma, condensação e alongamento do núcleo e formação da cauda espermática. Durante o desenvolvimento do acrossoma notam-se quatro fases distintas: a Fase de Golgi, de Capuchão, do Acrossoma e de Maturação (RUSSELL et al., 1990). Apesar de as características gerais do desenvolvimento do acrossoma serem semelhantes entre os mamíferos, uma espécie difere das outras nos detalhes de sua formação e na sua forma final sobre a cabeça do espermatozóide.
O rendimento da espermatogênese não é de 100%, ou seja, durante o processo vão ocorrer várias perdas celulares, de forma que uma espermatogônia A1 não vai gerar 16 espermatócitos primários e 64 espermátides, como teoricamente seria esperado, em se tratando de animais com quatro gerações de espermatogônias (COUROT; HOCHEREAUDE-REVIERS; ORTAVANT, 1970; CLERMONT, 1972). Isso se deve ao fato de ocorrerem apoptose e degeneração das células germinativas. Tais alterações são observadas normalmente nos túbulos seminíferos com a mesma regularidade que são encontradas as divisões e diferenciações celulares (ROOSEN-RUNGE, 1955). Entretanto, segundo Amann (1962), parece não ocorrerem perdas apreciáveis de espermátides durante a espermiogênese, ou seja, uma espermátide normalmente vai gerar um espermatozóide.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compreensão do processo espermatogênico é fundamental para o estabelecimento de técnicas para se otimizar a utilização de um reprodutor. Informações como a freqüência de coletas de sêmen, número de fêmeas por reprodutor e até mesmo a viabilidade de biotécnicas avançadas como transplante de espermatogônias, estão sustentadas no conhecimento básico da espermatogênese em cada espécie. Apesar de já existirem estudos sobre as características morfofuncionais da espermatogênese dos animais domésticos, muitos detalhes ainda precisam ser elucidados. Por outro lado, o estudo da espermatogênese em animais selvagens ainda é incipiente e poucas pesquisas têm sido realizadas com estes animais. O estudo da espermatogênese é um campo aberto para pesquisas e várias perguntas ainda precisam ser respondidas.
Fig.: Esquema de uma pequena porção
de um túbulo seminífero.
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